quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

PROJETOS: SOE KER TIE HOUSE - TAILÂNDIA


ESCRITÓRIO NORUEGUÊS PROJETA ORFANATO DE BAMBU PARA CRIANÇAS REFUGIADAS.

No outono de 2008, o escritório norueguês TYIN tegnestue Architects viajou para Noh Bo, uma pequena aldeia na fronteira da Birmânia e Tailândia, com o propósito de projetar e construir dormitórios para crianças Karen refugiadas.

Pra quem não sabe a história do povo Karen, eles são um grupo étnico formado por diversas comunidades nativas do Sudeste Asiático e se concentram principalmente em Myanmar e na Tailândia. Após um golpe de estado no início dos anos 60 o país é governado por um regime militar ditatorial que exerce opressão sobre as minorias étnicas. Desde então o povo Karen enfrenta diversos conflitos armados contra o governo e hoje são vistos como insurgentes, que reclamam a criação de um estado independente. Com os frequentes conflitos diversas família foram forçadas a fugir de suas casas e se refugiar nas fronteiras do país, deixando muitas crianças órfãs e com pouca esperança para o futuro. Pra quem quiser saber um pouco mais da história do povo Karen assista ao curto documentário "Against all hope" feito pelo Art and Justice League:

© Art and Justice League

O norueguês Ole Jorgen Edna, proprietário de um orfanato em Noh Bo desde 2006, deixou nas mãos do TYIN a missão de expandir as instalações do orfanato que abrigava 24 crianças e tinha intenção de aumentar para 50. De acordo com os arquitetos a força motriz por trás do Soe Ker Tie House foi proporcionar às crianças o seu próprio espaço privado, um lugar onde elas pudessem interagir, brincar e que pudessem chamar de lar.

O Soe Ker Tie House, nomeada assim pelos trabalhadores Karen, que significa "Casas Borboletas",  é uma mistura de competência local e conhecimento arquitetônico do TYIN. A característica mais proeminente do projeto é a utilização de uma técnica bastante comum nas construções locais, a de tecelagem com bambu, que foi utilizada nos fechamentos das casas e feito com bambu local.

Uma característica peculiar do projeto é seu telhado metálico com as águas invertidas, que proporciona ventilação natural no interior dos dormitórios e ao mesmo tempo capta água da chuva para ser utilizada nos períodos de seca. A estrutura do projeto é composta por peças de madeira e aço conectadas por parafusos e pode ser facilmente montada no local. Para evitar a umidade e o apodrecimento da madeira , os dormitórios são elevados do chão e são estruturados sobre quatro fundações de concreto que reaproveitam pneus velhos como forma.

O projeto é bem lúdico e utiliza diversas cores em seu acabamento que transformam os dormitórios em ambientes mais alegres. Em meio aos módulos foram criados espaços para lazer com balanços e ambientes de convivência. A iluminação do projeto é feita com luminárias bem rústicas de bambu trançado e a noite dão um toque especial ao orfanato.

Depois de um longo período de 6 meses de aprendizagem mútua com os locais de Noh Bo, o Soe Ker Tie House foi concluído em 2009. O projeto é composto por seis dormitórios que abrigarão 24 novas crianças. Princípios importantes como a utilização de materiais sustentáveis, a prevenção contra a umidade e a economia de materiais podem, eventualmente, levar à uma tradição de construção mais sustentável para o futuro do povo Karen.

Hoje em dia vemos diversos projetos como este por ai, que mostram como precisamos ser mais solidários uns com os outros, de forma criativa, barata e sustentável.

Gostou deste projeto? Deixe sua opinião nos comentários, curta e compartilhe!

Por Bernardo Vieira - Equipe Arquitetura Provisoria

© Pasi Aalto
© Pasi Aalto
© Pasi Aalto
 © Pasi Aalto
© Pasi Aalto 
 © Pasi Aalto
© Pasi Aalto
© Pasi Aalto
© Pasi Aalto
 © Pasi Aalto
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto
© Pasi Aalto
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto
© TYIN tegnestue

© TYIN tegnestue
© TYIN tegnestue
 © Pasi Aalto
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto 
© Pasi Aalto
© Pasi Aalto


Fonte: TYIN tegnestue Architects
           Pasi Aalto

Acesse no página no facebook.com/arquiteturaprovisoria e deixe seu curtir!

PROJETOS: SINGLE POLE HOUSES - KONRAD WÓJCIK


CASA ECOLÓGICA MIMETIZA ESTRUTURA DAS ÁRVORES.

O objetivo deste projeto era desenhar uma estrutura que não tivesse impacto ou interferência na natureza. Projetado para o "D3 Natural Systems International Architectural Competition" pelo jovem designer e estudante de arquitetura Konrad Wójcik. Com uma área total de 61 m², a Single Pole House tem seu interior completamente funcional e foi desenhada para acomodar 2 pessoas e em ocasiões especiais pode acomodar até 4 pessoas. Com o intuito de prover um melhor aproveitamento do espaço, escadas de degraus alternados foram implantadas para conectar os 4 níveis que possuem diferentes funções. Combinando espaços compactos, uma forma leve e o biomimetismo, o resultado foi uma estrutura em forma de árvore que não causa impacto no ecossistema onde for inserido.

Disposto a resolver o problema do desmatamento causado pelo êxodo urbano atual, que move milhões de pessoas para novas áreas vegetadas e tranquilas afastadas dos grandes centros urbanos, a Single Pole House é considerada um exemplo de solução sustentável, segundo o designer. Inspirado na funcionalidade estrutural das árvores e estudando sua natureza, Konrad conseguiu ter idéias e soluções  para criar uma estrutura auto-suficiente. "Para a maioria dos animais, árvores são os melhores abrigos naturais contra predadores, umidade e intempéries". O autor ressalta que devemos lembrar que na natureza nada é acidental, tudo tem sua razão e propósito, tudo é equilibrado, assim como o projeto.

O novo conceito de expansão urbana sugere desenhar e ocupar novas áreas sem o processo depredativo de desmatamento ou construção de infraestruturas técnicas desnecessárias. O projeto pode ser implantado próximo a qualquer rodovia ou acesso existente que cruze uma região florestal. Considerando a média de velocidade dos pedestres e ciclistas pode-se estimar o formato e as distâncias entre os módulos residenciais. O centro de cada área foi projetado para receber um ponto de ônibus e um estacionamento para carros e bicicletas. A distância entre as unidades deve ser de mais de 500 metros de forma que, dependendo do tipo de floresta, uma unidade é invisível a outra, como se estivesse camuflada.

Desenhada para ser auto-suficiente, as unidades não necessitam de infraestrutura técnica básica local, como energia pública e esgoto. Assim, as unidades podem ser implantadas em qualquer local do mundo sem impactar o ecossistema da região. As mais novas tecnologias da indústria de eficiência energética e estratégias sustentáveis foram inseridas no projeto, como: 40 m² de placas fotovoltaicas disposta em uma inclinação de 25º para maximizar a sua eficiência; otimização da iluminação natural do interior (sem iluminação direta); ventilação natural na parte inferior da edificação proporcionando uma ventilação por efeito chaminé; aproveitamento de energia geotérmica para aquecer o ambiente e os pisos no inverno e armazenar energia; biodigestores que produzem energia renovável; captação de água da chuva; utilização de lâmpadas LED; lareira para aquecimento em casos extremos entre outras, a fim de produzir e economizar o máximo de energia possível. Em caso de problemas técnicos, sistemas de backup de energia são ativados automaticamente.

Para contribuir ainda mais com o propósito de ser sustentável em sua essência, os materiais escolhidos contam com a certificação "Cradle to Cradle", utilizada em países nórdicos, que certifica materiais ecológicos que não sejam apenas 100% recicláveis, mas que também sejam passíveis de serem reaproveitados na industria fabril de forma a serem reaproveitas diversas vezes. Desta forma estes materiais se equiparam as árvores ou a qualquer organismo biológico.

A concepção estrutural do projeto parte do princípio de ter uma pegada ecológica próxima a zero. Assim, evitando o uso de concreto e aço industrializado, o material escolhido foi a madeira. Para as vigas primarias e colunas foram utilizadas madeiras laminadas e para as vigas secundárias e estruturas de suporte vigas de I-OSB, extremamente leves.

O projeto recebeu menção honrosa no concurso que participou mostrando-se um excelente exemplo de arquitetura sustentável e uma bela alternativa para quem procura viver em sintonia com a natureza.

Gostou deste projeto? Quer ver mais projetos deste tipo? Deixe sua opinião nos comentários, curta e compartilhe!

Por Bernardo Vieira - Equipe Arquitetura Provisoria

© Konrad Wójcik
 © Konrad Wójcik

 © Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
 
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik
© Konrad Wójcik

Fonte: Behance Konrad Wójcik

Acesse no página no facebook.com/arquiteturaprovisoria e deixe seu curtir!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

PROJETOS: FAZENDA URBANA DE CAFÉ E BAR


UMA FAZENDA URBANA DE CAFÉ CHAMA ATENÇÃO EM CENTRO COMERCIAL DE MELBOURNE.

Projetado pelo escritório internacional Hasell para o Festival de Comida e Vinho de Melbourne, Austrália, que aconteceu entre 1 e 17 de Março de 2013, o Urban Coffee Farm and Brew Bar surge como uma paisagem inesperada em meio a um cenário urbano bastante conhecido. O design dos arquitetos traz um cafezal para o interior de um distrito comercial, intrigando e surpreendendo os visitantes da feira.

Aproximadamente 120 pés de café transformaram a "Red Stairs", um anfiteatro público nas margens do rio Yarra, em Melbourne, em uma fazenda de café composta de terraços abstratos, que mais parece uma floresta modulada. Dispostos entre os pés de café, diversos contêineres, palets de madeira e caixotes demonstraram a jornada dos grãos de café colhidos in loco até o paladar dos consumidores.

A inspiração para o Urban Coffee Farm and Brew Bar veio de um desejo de desmistificar a origem do café, que para os australianos ainda é um mistério exótico. A instalação conta a história do café, inspirando os consumidores de café a pensar sobre sua origem, produção e transporte. Além disso o visitante pode degustar uma xícara de café preparada por alguns dos melhores baristas da cidade.

Um total de 125 pés de café, provenientes de uma plantação abandonada em Nova Gales do Sul, foram utilizadas na fazenda urbana, que logo após o evento foram vendidos para um fazendeiro que os irão replantar em Victoria. Mais de 2.000 espécies tropicais foram utilizadas para criar o efeito de floresta e, com o término do evento, foram devolvidas para o viveiro que as doou. Cerca de 1.500 palets foram doadas para o festival e também foram devolvidas após o término do festival. Os contêineres utilizados como abrigo e áreas cobertas já estavam no fim de sua vida útil e foram usados pela ultima vez no próprio evento.

Projetos como este ganham cada vez mais espaço em eventos, uma vez que as matéria-primas utilizadas  são doadas, reaproveitadas ou estão no final de sua vida útil. Um exemplo de Arquitetura Provisoria.

Por Bernardo Vieira - Equipe Arquitetura Provisoria

 © Bonnie Savage
© Bonnie Savage 
 © Bonnie Savage
 © Bonnie Savage
© Bonnie Savage

Fonte: Arch Daily

Acesse no página no facebook.com/arquiteturaprovisoria e deixe seu curtir!